Fala sério, que trânsito o nosso, viu!

Oi minha gente, falemos agora de um assunto sério, que é o nosso maravilhoso trânsito.
Quando falo essa palavra mágica "trânsito" logo se imagina uma avenida cheia de carros, motos e caminhões, com pedestres aparecendo de vez em quando, right?
Mas ai é que começa o erro. A quantidade de automóveis em geral cada vez em maior quantidade nas nossas cidades faz com que os que não estão dentro de um deles (ou sobre eles) seja menos relevante do que aqueles que possuem e manipulam; ou seja, 1x0 pra mim. O desrespeito cada vez maior em todos os sentidos é impressionante: não se respeitam pedestres, ciclistas, pessoas com deficiência física, etc. Não compartilhamos, mas disputamos espaços uns contra os outros em uma escala antes difícil de imaginar!
Perto da minha casa tem um cruzamento bem bobinho, no fim de um subidão, perto de um centro empresarial. Há uns cinco anos atrás, era só olhar um lado e pro outro, deixar passar um automóvel/moto, e pronto. Não durava nem cinco segundos, mas hoje chega até a durar cinco minutos o tempo de espera, para encontrar uma brecha e dar uma leve corrida. Brecha mesmo, porque quando termina de passar em um sentido, começa o de outro sentido, e ao terminar este vem da rua do subidão, ou da rua oposta, aparecendo um motoboy pra variar - ou um táxi que sai do ponto que fica do lado do cruzamento.
Isso acontece entre os próprios pedestres, na hora de sair correndo pelas faixas ao fechar os semáforos, que funcionam em uma total desproporção: dez minutos para os carros, e dez segundos para os simples mortais, que se deslocam com os pés, e tentam não se chocar uns contra os outros. Nesses dias, fui atravessar a rua perto da universidade, depois de descer do ônibus, e juro se não tivesse passado um carro perto de mim, e meus reflexos não fossem bons, teria morrido. Um sujeito, quando ia começar a andar, se meteu na minha frente do nada, mas consegui me equilibrar a tempo. O imbecil pelo menos se desculpou sorrindo pra mim. Teria caido com tudo no asfalto, e um carro teria passado em cima da minha cabeça, assim como aconteceu com o victor, meu vizinho, quase um ano atrás. Nasci de novo, mas não me manquei na hora.
Outro é que o crescimento das ruas e avenidas nunca foi algo levado a sério no Brasil. Somente nos últimos vinte anos, pelo menos, percebo que as autoridades começaram a reparar na violência do trânsito. Os norte-americanos perceberam isso há quase 50 anos atrás. Meio tarde, não é? Ainda mais porque 84% da população brasileira vive em centros urbanos atualmente. O que importava era o bom fluxo de veículos, mas como a população não sabe seguir as leis, e tem muito assalto sendo realizado na hora do rush, aproveitando os congestionamentos, um bom trânsito é tema para segurança pública. Trabalho dobrado para a polícia.
Muito mais do que ser algo organizado, trânsito é planejado. Óbvio que existem fatores estatísticos e a Lei de Murphy, mas quando nos perguntamos porque é tão difícil atravessar uma simples avenida - de preferência em uma faixa de segurança -, me atrevo a dizer que foi porque alguém quis assim, e não é Deus! Uma ou mais pessoas organizam, desde a faixa de segurança até a construção de avenidas e ruas, o nosso trânsito. E nessas horas me pergunto: onde elas fizeram isso? De onde elas se inspiram e tem as brilhantes idéias, que nos submetemos todos os dias? Andando pelas calçadas, gastando sola, ou dentro de um carro confortável sobre o asfalto? O escritório para os brainstorms tem uma janela que dá de cara para um cruzamento, ou para o jardim de um sossegado bairro residencial? Não duvido que os planejamentos sejam projetados nos piores cenários possíveis, que inclui as três tradicionais horas do rush: indo e voltando do trabalho, mais a hora de levar e pegar crianças da escola.
Claro, estou sendo também injusto com os caras, tem o fator de dimensões das calçadas e asfalto, que deveriam ter sido modificados ao longo do tempo, para comportar tamanho aumento dos automóveis. Antes ter carro era sinonimo de conforto e rapidez, agora não se sabe mais o que vem a ser, fora que o que se vende de carro hoje em dia é loucura, em prol do capitalismo mais puro e sedento por dinheiro em movimento. Mas nessa parte acho que os preços abaixam com o tempo, mesmo para os melhores.
Podia ficar altas horas com vocês falando desse tema, mas  não vai dar gente - até porque eu iria virar um garoto enxaqueca -, quero acordar cedo pra comprar queijo minas no café da manhã. Caminhando, pra ver se faço alguma atividade física nessa minha vida sedentária.
Tchau! (^^)

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